O Laboratório de Estudos sobre Violência contra Crianças e Adolescentes (LEVICA) nasceu em 2013, fruto da união entre a academia e a sociedade civil. Sob a liderança da professora Ana Cláudia Peixoto, do Departamento de Psicologia da UFRRJ, e impulsionado pela necessidade de estágio profissional dos alunos do curso, o laboratório surgiu a partir de um convite da Associação Vida Plena de Mesquita (AVPM-RJ). Em reuniões iniciais, identificou-se um grave problema social: a violência contra crianças e adolescentes na região da Baixada Fluminense. Diante desse desafio, universidade e ONG uniram forças para criar um espaço de pesquisa, intervenção e proteção, marcando o início de uma parceria sólida e duradoura.

Desde então, o LEVICA estruturou-se como um elo entre a universidade e a rede de proteção, atuando em colaboração com a Vara da Infância, Juventude e Idoso, e outros serviços de proteção socioassistenciais. Seu trabalho é pautado por abordagens como a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) e a Terapia do Esquema (TE), aplicadas tanto no atendimento psicoterapêutico quanto na formação de profissionais. Ao longo de dez anos, o laboratório expandiu suas ações, desenvolvendo pesquisas de extensão e iniciação científica, capacitando cuidadores por meio do programa ACT – Raising Safe Kids (em parceria com a Associação Psicológica Americana – APA);  promovendo oficinas sobre temas urgentes, como ansiedade, bullying, diversidade de gênero e violência sexual.

A produção acadêmica do LEVICA reflete seu impacto: artigos científicos, capítulos de livros, trabalhos de conclusão de curso e orientações de mestrado e doutorado que dialogam com as demandas reais da população. Em 2024, essa trajetória foi consolidada com a publicação do livro que reúne experiências e reflexões sobre proteção infantojuvenil, destacando o compromisso do laboratório com a formação qualificada e o atendimento gratuito à comunidade.

Alinhado ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o LEVICA mantém sua missão de combater a violência e promover um futuro mais justo e acolhedor para as novas gerações. Seu legado é a prova de que a união entre universidade, sociedade civil e políticas públicas pode transformar realidades e fortalecer a rede de proteção à infância e adolescência no Brasil.