O descaso com o Arco Metropolitano: Operação Lava-Jato

Obras da Rodovia Raphael de Almeida Magalhães (BR-493) são investigadas pela Polícia Federal

Ex-governador Sérgio Cabral é preso na Operação Lava-jato

A construção da Rodovia Raphael de Almeida Magalhães, também conhecida como Arco Metropolitano, foi um dos principais projetos da administração do ex-governador Sérgio Cabral (MDB). Entretanto, desde 2018, as obras tem sido alvo de investigação por parte da Polícia Federal, através da Operação Lava-Jato.
Em 2017, o executivo da Andrade Gutierrez, Alberto Quintaes, acusou, em delação premiada, que os emedebistas Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão, respectivamente, governador e vice-governador do estado do Rio de Janeiro de desviar R$ 2,7 milhões de reais das obras do Arco Metropolitano. Além disso, a dupla também teria propina nas reformas do Maracanã e do Complexo de Manguinhos e da construção Linha 4 do metrô, em Copacabana.
Segundo a Polícia Federal, o chamado G8, formado pelas oitos maiores construtoras do país participaram da construção do Arco. Carioca Chistiani Nielsen Engenharia S/A, Construtora Delta S/A, Construtora Norberto Odebrecht S/A, Construtora OAS S/A, Construtora Andrade Gutierrez S/A, Construções e Comércio Camargo Corrêa S/A, Oriente Construção Civil, Construtora Queiroz Galvão S/A são investigadas. Outras 15 empresas secundárias também são alvos no processo.
“As condutas anticompetitivas consistiram em: (i) acordos de fixação de preços, condições, vantagens e abstenções de participação, por meio do estudo em conjunto dos custos dos lotes e definição conjunta de orçamentos e preços; (ii) acordos de divisão de mercado entre concorrentes, por meio da formação de consórcios, apresentação de propostas de cobertura, supressão de propostas e promessa de subcontratação; e (iii) compartilhamento de informações comercial e concorrencialmente sensíveis, com a finalidade de frustrar o caráter competitivo da licitação. Estas condutas foram viabilizadas, principalmente, por meio de reuniões presenciais, contatos telefônicos, SMSs e planilhas com definição de valores, beneficiários, estratégias anticompetitivas e responsáveis, trocados entre os representantes das empresas, voltados à supressão/redução de competitividade nas licitações/contratações realizadas pela Secretaria de Obras, com prévio acerto de vencedor, preços apresentados, condições, divisões de lotes, abstenções, propostas de cobertura, dentre outros”, diz o processo contra as empresas.
No início de Maio de 2019, o deputado estadual Max Lemos (MDB) sinalizou que a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) pode abrir uma CPI para investigar o abandonado do Arco Metropolitano.

“O Arco Metropolitano foi uma obra em que se gastou muito dinheiro e o resultado não favoreceu a população. Com a CPI, além de apurar a má conservação, pretendemos contribuir no planejamento da expansão urbana no entorno, estabelecendo o uso misto dos segmentos de habitação, comércio, serviços e indústrias”, explicou o deputado.