Residentes de localidades no entorno da Rodovia Raphael de Almeida (BR-493) Magalhães reclamam da insegurança na região
Morador atravessando o Arco Metropolitano pelo meio da estrada (Foto: Lucas Meireles)
A Rodovia Raphael de Almeida Magalhães, mais conhecida como Arco Metropolitano, foi construída com a promessa de promover uma expansão econômica nos municípios pelos quais atravessa. Entretanto, cinco anos após sua inauguração, os moradores destes locais apontam a falta de segurança nos arredores da via.
Concluída em 2014, a primeira etapa das obras do Arco Metropolitano atravessa cinco municípios do estado do Rio de Janeiro. Itaguaí, Seropédica, Japeri, Nova Iguaçu e Duque de Caxias passaram a ser cortados pelos 71km de pista . Porém, o que viria para trazer mais ofertas de emprego, acabou se trazendo consigo também transtornos para a população destas cidades.
No bairro de Parque Amado, localizado em Japeri, moradores que preferiram não se identificar relataram que houve um aumento nos índices de violência desde a construção da Rodovia. Se antes havia apenas uma facção, hoje o local possui braços das três principais organizações criminosas do Rio, ADA, Comando Vermelho e Terceiro Comando Puro (TCP). Um dos moradores contou, inclusive, que já chegou a ser parado por assaltantes no Arco Metropolitano, próximo à entrada do bairro quando voltava de uma pescaria na Costa Verde.
Para a pedagoga Carla Cristina Freitas, que trabalha há 15 anos em Japeri, a ausência de policiamento contribuiu para o aumento da insegurança na região. Muitos dos criminosos são atraídos para o entorno da Rodovia por conta da possibilidade de roubar cargas dos caminhoneiros.
“Na última vez que eu utilizei o Arco, estava eu e minha família, e nós vimos apenas um carro de polícia com só um policial dentro, sozinho. E naquele momento eu pensei, não é seguro nem para ele, ficar sozinho ali”, disse Carla.
Isolamento à beira do Arco
Durante a campanha para o governo do estado, o candidato e atual governador, Wilson Witzel (PSC) declarou que uma de suas propostas era aumentar os trechos urbanos no entorno do Arco.
“O Arco Metropolitano foi uma obra em que se gastou muito dinheiro e o resultado não favoreceu a população. É uma via importante para o desenvolvimento. Vamos planejar a expansão urbana no entorno do Arco Metropolitano, estabelecendo o uso misto dos segmentos de habitação, comércio, serviços e indústrias, garantindo as funções urbanas essenciais, como educação, saúde, segurança e transportes”, disse Witzel ao jornal O Globo.
Por enquanto, a maior do percurso da Rodovia é composto por zonas de mata, distribuidoras de empresas, sítios e pequenos loteamentos. Um dos moradores deste loteamento é Rafael*, que trabalha vendendo lanches à beira da estrada. O ambulante relatou como é o cotidiano de quem mora nas regiões mais afastadas dos centros urbanos. Confira no vídeo abaixo:
*Nome fictício porque o entrevistado não quis ser identificado.
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