Três meses após a tragédia Brumadinho ainda chora

Entrada da cidade foi o lugar usado para homenagens de parentes e amigos das
vítimas

Letreiro da cidade ficou marcado como local de homenagem às vítimas do rompimento da barragem de Brumadinho

Moradores de Brumadinho (MG) fizeram uma homenagem às 233 vítimas identificadas e aos 37 desaparecidos na tarde desta quinta (23 de maio). 90 dias após o rompimento da barragem da Vale, parentes e amigos se solidarizaram no letreiro da cidade e espalharam fotos das vítimas, cruzes, cartazes de manifestação, uniformes que trabalhadores usavam quando aconteceu o acidente.

No gramado foram espalhados nomes e imagens dos 233 habitantes encontrados e uma faixa foi colocada acima do letreiro com o nome dos que restam desaparecidos. Os familiares soltaram um balão branco para cada nome lido e realizaram um culto ecumênico com um padre da igreja católica e um pastor da igreja evangélica, religiões unidas em amparo às vítimas do segundo desastre envolvendo a mineradora Vale em três anos.

O rompimento despejou 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos destruindo a área administrativa da empresa, casas e prioridades da região, 290 hectares – equivalente a 300 campos de futebol –, ao 12h28 do dia 25 de janeiro de 2019. Neste mesmo horário, após o discurso emocionado de parentes das vítimas, os presentes fizeram um minuto de silêncio e um sino foi tocado em homenagem ao momento.

“A gente ainda está morrendo a cada dia. A cada dia que passa a saudade aumenta e o coração aperta com o sofrimento da família e de todas as famílias que estão aqui hoje”, conta Jéssica, prima de Luiz Paulo e Francis, duas das 233 vítimas encontradas.

O processo do Corpo de Bombeiros na busca pelos 37 desaparecidos ainda continua e de acordo com a corporação, a procura só vai terminar com a conclusão do número de corpos ou quando não houver mais condições biológicas para permanecerem lá. Atualmente 160 militares, 4 cães, 102 máquinas pesadas e 1 drone compõem a operação.