Por que Lula está preso?

Entenda o processo que levou um ex-presidente brasileiro à prisão pela primeira vez

No dia 07 de abril de 2018, considerado por muitos como um marco na história política brasileira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se entregou à Polícia Federal, depois que o então juiz Sérgio Moro determinou a sua prisão. Entre comemorações e lamentos, porém, muitos brasileiros deixaram passar detalhes dessa longa história e por isso, ainda não entendem o que levou o líder popular para a cadeia.

Entre outras coisas, presidente é acusado de oferecer vantagem indevida à empreiteiras (Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles)

Condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, Lula foi acusado pelo Ministério Público de receber R$2,2 milhões em propina da empreiteira OAS. A vantagem teria sido destinada ao Partido dos Trabalhadores em troca de proteção à empresa em contratos na Petrobras. Além disso, a ilegal gratificação teria sido paga, de acordo com o MP, como reserva e reforma do tríplex no Guarujá.

Para os desembargadores, que corroboraram a acusação feita pelo MP, ainda que o imóvel tenha sido escondido das autoridades, foi reservado para o ex-presidente, configurando lavagem de dinheiro.

Contando com o depoimento do ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, que baseou a sentença de Moro, e com relatos de testemunhas, que afirmaram terem visto Lula e sua mulher, Marisa Letícia, no triplex, os desembargadores ainda argumentaram que os fatos demonstram compra de apoio político de partidos.

De acordo com a sentença escrita pelo atual Ministro da Justiça, Sérgio Moro, “o acusado recebeu vantagem indevida em decorrência do cargo de Presidente da República, ou seja, de mandatário maior. Isso sem olvidar que o crime se insere num contexto mais amplo, de um esquema de corrupção sistêmica na Petrobrás e de uma relação espúria com a OAS”. Lula foi sentenciado em 1ª e 2ª instância.

Complicando ainda mais a sua situação com a justiça brasileira, o petista sofreu a segunda condenação no âmbito da Operação Lava-Jato, dessa vez no caso do sítio de Atibaia, interior de São Paulo. Segundo a acusação, a Odebrecht, a OAS e a empreiteira Schahin gastaram R$1,02 milhão em obras de reforma no sítio em troca de contratos com a Petrobras. Incluindo 13 acusados, a denúncia incluiu aliados de Lula e executivos da empreiteira.

A juíza federal Gabriela Hardt atribuiu ao acusado os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.