por Andressa Bineli, Kaliel Barbosa e Giovanna Bandeira
Ao final do período de redemocratização que se estendeu de 1975 até 1985, o último presidente a ser eleito de forma indireta por um colégio eleitoral, sob a égide da Constituição de 1967, foi Tancredo Neves juntamente com seu vice, José Sarney, no dia 15 de janeiro de 1985. Porém, na véspera da cerimônia de posse, Tancredo foi internado com sintomas de apendicite e faleceu cerca de um mês depois, tornando Sarney o novo presidente do Brasil. Seu governo foi marcado pelo arrocho salarial e altos índices inflacionários. Nessa mesma época, foram feitas eleições parlamentares com o intuito de formar a Assembleia Nacional Constituinte, que decretou a nova Constituição de 1988.
Na primeira eleição direta no Brasil, após 29 anos, Fernando Collor (PRN), que se autodenominava como “caçador de marajás”, e seu candidato a vice Itamar Franco (PRN), foram eleitos, derrotando Lula (PT) no segundo turno. Seu governo foi marcado pelo Plano Collor, pela abertura do mercado nacional às importações e pelo início de um programa nacional de desestatização.
O Plano Collor foi o conjunto de reformas econômicas com vistas à estabilização da inflação, incluindo medidas como a criação do IOF imposto sobre operações financeiras, o congelamento de 80% dos depósitos overnight, das contas-correntes e cadernetas de poupança que excedessem 50 mil cruzados novos (aproximadamente R$5300,00), por 18 meses. O Plano Collor foi um dos responsáveis por aprofundar a recessão econômica no país, provocando a extinção de mais de 900 mil postos de trabalho associada a uma inflação que chegou à casa de 1200%.
Denúncias de corrupção política envolvendo Paulo César Farias, tesoureiro do presidente, feitas por Pedro Collor de Mello, irmão de Fernando Collor, culminaram com um processo de impeachment. Antes de ser aprovado, o processo fez com que o presidente renunciasse ao cargo no dia 29 de dezembro de 1992, deixando o governo nas mãos do seu vice, Itamar Franco. Collor ficou inelegível durante oito anos, voltando às urnas em 2002, candidato a governador de Alagoas pelo PRTB e ficando em 2° lugar, atrás apenas do governador reeleito, Ronaldo Lessa (PSB).
Após o sucesso do Plano Real, em 1993, ainda no governo de Itamar Franco, seu Ministro da Fazenda, o sociólogo Fernando Henrique Cardoso, venceu as eleições de 1994 no 1° turno, perdendo apenas no estado do Rio Grande do Sul, onde Lula ganhou. Apesar de seu vice-presidente, Marco Maciel (PFL), ser ligado às oligarquias nordestinas que apoiaram a ditadura militar, a candidatura de FHC conservou enorme prestígio ao defender que somente ele tinha condições políticas e intelectuais para dar continuidade ao Plano Real.
Durante seu governo, FHC enfrentou problemas com a oposição e com o Movimento dos trabalhadores Sem Terra (MST), que reivindicavam uma ampla reforma agrária no país. Mesmo com esta oposição e resistências à sua política de privatizações, o presidente conseguiu em 1997 que o congresso aprovasse uma emenda permitindo a reeleição de presidentes, prefeitos e governadores. O que lhe permitiu, sob as bandeiras do controle da inflação e da estabilidade do Plano Real, garantir seu 2° mandato.
FHC foi reeleito no primeiro turno ocorrido no dia 4 de outubro com 53,06% dos votos. E em segundo lugar, com 31,71%, ficou mais uma vez Lula do Partido dos Trabalhadores. Esta foi a primeira eleição a utilizar em todos os municípios as urnas eletrônicas que se tornaram o padrão nas eleições nacionais. Ciro Gomes ficou em terceiro com 10,97% dos votos.
Neste eleição, Thereza Ruiz foi a segunda mulher candidata ao cargo de chefe do executivo federal, concorrendo pelo Partido Trabalhista Nacional (PTN).
Durante o segundo mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso, uma grave crise econômica acometeu o Brasil. Numa conjuntura de desconfiança e incerteza para investimentos, temiam-se as medidas que seriam tomadas por um candidato de esquerda, caso este viesse a ganhar a eleição. Foi adotado então por alguns economistas e comentaristas políticos o termo “risco Lula”, indicando que, caso ele ganhasse, a economia do país poderia falir. Lula viu-se obrigado a assinar um texto, que ficou conhecido como Carta aos Brasileiros, prometendo que não tomaria medidas que representassem grandes mudanças na política econômica brasileira, o que decepcionou setores da esquerda brasileira.
Lula se comprometeu a apoiar o plano real, nomeou um empresário como vice e recorreu a estratégias de marqueteiros políticos com o intuito de construir uma nova imagem pública. A estratégia para acalmar o mercado deu certo. Ciro Gomes chegou a despontar em segundo lugar, mas afundou após uma série de declarações que repercutiram mal. Era o início da hegemonia petista.
O PSDB, que ocupara anteriormente o cargo, viu sua força política reduzida à medida que o novo governo passava a assumir uma política econômica próxima à do ex-presidente FHC. Simultaneamente, uma série de denúncias de corrupção com relação às práticas do governo do PT deixou o partido desestruturado e continuamente acusado de trair seus ideais históricos.
Lula se candidatou novamente após a eclosão do episódio do Mensalão e, apesar dos escândalos e da descrença das bases com relação à esquerda brasileira, a popularidade do futuro presidente se mantinha. Parecia destinado a vencer no 1° turno, mas a prisão de assessores do PT na reta final abalou sua campanha. Já no 2° turno, os petistas contra-atacaram. Rotularam o tucano Geraldo Alckmin de privatista e de ser contra o programa Bolsa Família. Com isso, Lula recebeu ainda mais apoio popular e acabou vencendo no 2º turno.
No pleito de 3 de outubro, os brasileiros votaram para definir a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e nenhum dos candidatos recebeu mais que metade dos votos necessários para serem eleitos, acarretando no dia 31 de outubro um segundo turno eleitoral.
Pela primeira vez desde a redemocratização, Lula não era candidato, uma vez que já havia sido eleito em 2002 e reeleito em 2006. Pela primeira vez foi utilizada a biometria nas urnas como confirmação de voto.
O resultado dava a vitória a Dilma Rousseff, do PT, com 55,43% dos votos, deixando José Serra em segundo lugar, com 44,57%. Ao assumir o cargo no dia 1° de janeiro de 2011, Dilma se tornava a primeira mulher eleita presidente do Brasil.
As eleições de 2014 foram das mais acirradas desde a redemocratização, terminando com um resultado de 51,64% para Dilma Rousseff e 48,36% para Aécio Neves no segundo turno. O número de abstenções atingiu 19,39% dos eleitores aptos a votar, um dos maiores da história. As eleições foram conturbadas devido à instabilidade econômica e política, principalmente a uma série de manifestações ocorridas em 2013.
Nesta eleição, no dia 13 de agosto de 2014, um acidente aéreo culminou na morte do candidato Eduardo Campos, e após cindo dias, o PSB anunciou que a candidata a vice, Marina Silva, assumiria o a candidatura.
A identificação biométrica foi utilizada pela segunda vez, e desta vez surtiu mais efeito que na primeira. Em 2010 apenas 0.008% dos eleitores estavam aptos a utilizar a biometria como confirmação de voto, já em 2014, 15% dos eleitores utilizaram a identificação.
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