Academia de flows: O rap na Universidade

Por Alex Rosa

O rap, nascido nas margens das grandes cidades, encontrou nas universidades um espaço de reflexão crítica e produção de conhecimento. Mais do que um gênero musical, o rap é uma prática cultural que carrega histórias, demandas sociais e experiências de grupos historicamente marginalizados.

No ambiente acadêmico, o rap transcende o entretenimento e se torna uma ferramenta pedagógica e política. Sua linguagem poética e contundente dialoga com a comunicação, ampliando o debate sobre relações sociais, raciais e territoriais. Por meio de pesquisas, oficinas e eventos culturais, o rap também incentiva a construção de narrativas que desafiam a hegemonia do saber eurocêntrico, valorizando epistemologias das periferias e das culturas negras. 

Além disso, iniciativas como batalhas de freestyle em centros acadêmicos e projetos de extensão demonstram a capacidade do rap de conectar estudantes de diferentes origens, promovendo uma universidade mais inclusiva e plural. Ao ser incorporado nas práticas universitárias, o rap reafirma sua potência transformadora, inspirando novos olhares sobre o papel da cultura na formação de cidadãos críticos. O próprio campus da UFRRJ, durante algum tempo, sediou uma roda cultural para alunos e moradores de Seropédica.

O reconhecimento do rap como patrimônio cultural e sua crescente presença em eventos acadêmicos são sinais de que as universidades estão, cada vez mais, compreendendo sua relevância como instrumento de reflexão, narrativa e transformação social. Afinal, o rap não é apenas arte; é ancestralidade, identidade e, cada vez mais, um aliado indispensável no campo do saber.