A crise de participação estudantil no curso de Jornalismo da UFRRJ

Por Karoline Calumbi e Ana Clara Ferreira

Hora da decisão sobre a representação Estudantil no curso de jornalismo

As eleições para representação estudantil no Colegiado de Jornalismo da UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) estão acontecendo, mas algo preocupante está chamando a atenção: a falta de engajamento dos alunos.

Apesar da prorrogação do prazo de inscrição, a adesão continua baixa, o que levanta a questão do porquê os estudantes não estão se mobilizando para participar de um processo tão importante para a sua própria formação acadêmica.

O colegiado é o espaço onde decisões fundamentais sobre o curso são tomadas, e a participação discente é essencial. Os alunos eleitos têm a oportunidade de levar demandas, apresentar propostas e votar em pautas que afetam diretamente sua experiência acadêmica.

No entanto, sem o interesse dos estudantes, esse espaço corre o risco de perder uma das vozes mais importantes, a dos próprios alunos.

Victória Conceição é aluna do 8º período de jornalismo, já foi representante discente e falou um pouco sobre a sua experiência. “Participar do colegiado me deu uma visão ampla de como as decisões são tomadas e de como os alunos podem influenciar mudanças reais no curso.”, garantiu a aluna.

Ela destacou, também, que o trabalho como representante é desafiador, mas gratificante, pois permite aos estudantes entenderem melhor o funcionamento do curso e se sentirem parte ativa do processo decisório.

Para ela, é preocupante ver que hoje muitos estudantes não estão se engajando. “É frustrante. Parece que ninguém está interessado em questionar ou propor melhorias, o nosso tempo já passou, estamos entregando projeto final, terminando estágio e não conseguimos mais participar”, desabafa.

A falta de participação nas eleições discute também um reflexo mais amplo da desconexão dos alunos com a universidade e o mundo acadêmico. À medida que o curso avança, é natural que os estudantes estejam mais focados em suas carreiras e atividades profissionais.

No entanto, isso não deveria ser uma desculpa para se afastar de questões acadêmicas que podem impactar diretamente o futuro do curso. Ao deixar de se envolver, os estudantes perdem a oportunidade de exercer um papel fundamental em seu ambiente de aprendizado, e isso pode enfraquecer a representatividade do corpo discente em discussões que vão desde a grade curricular até melhorias na infraestrutura.

Com duas vagas para titulares e duas para suplentes, o processo eleitoral visa garantir o mínimo de representação exigido no colegiado, que é um terço do corpo permanente. Contudo, sem candidatos interessados, essa participação discente corre o risco de se esvaziar.

O que está em jogo é a voz dos alunos nas decisões sobre seu próprio curso, e a baixa participação revela uma desconexão preocupante.

Agora, com o prazo de inscrições prorrogado até 11 de outubro, surge uma nova chance para que os estudantes reflitam sobre seu papel dentro da universidade e a importância de se engajarem.

A participação no colegiado não é apenas um exercício de cidadania acadêmica, mas também uma oportunidade de influenciar diretamente os rumos do curso e garantir que as decisões levem em conta as necessidades e expectativas do corpo discente.

Victória acredita que essa geração de estudantes tem muito potencial, mas precisa se conscientizar do impacto que pode ter.


“É preciso entender que o colegiado não é algo distante ou irrelevante. É onde temos voz e podemos fazer a diferença. Se não fizermos, quem vai fazer por nós?” – Victória Conceição, ex-representante e aluna do 8º período de jornalismo.


A votação é presencial em urna no ICHS , das 18h às 21h, de 21 de outubro e 24 de outubro de 2024

Calendário eleitoral

30 de setembro a 11 de outubro de 2024 – Período de inscrições dos candidatos;
14 de outubro a 18 de outubro de 2024 – Divulgação das chapas candidatas;
21 de outubro a 24 de outubro de 2024 – Período de votação;
25 de outubro de 2024 – Divulgação do resultado das eleições