Por: Gabriel Profeta, Júlia de Moura e Laís Veiga
Na recepção dos calouros de 2024.2 na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, um caso chamou a atenção: o “único bixo de Física”. Esse episódio trouxe à tona uma problemática pouco discutida, mas muito presente na instituição: os altos números de evasão nos cursos universitários.
Com a entrada de apenas um aluno no curso de Física, o que antes era motivo de piada entre os universitários rapidamente se tornou uma preocupação. A estudante de Física e professora de ensino básico Laiz Vincler acredita que a falta de incentivo desde o ensino médio é um dos principais fatores para a baixa adesão aos cursos da área. Ao observar que o novo ensino médio vem sendo uma barreira, impedindo que muitos alunos conheçam e compreendam matérias como a Física, foi gerada uma apreensão significativa, já que se há pouco estímulo para que os estudantes se interessem pelo curso, existe ainda menos para que continuem nele.
“A questão de ter entrado só um bixo esse período não me surpreendeu, mas dá aquela decepcionada, sabe? A cada período que passa vai entrando cada vez menos bixos. Isso sem contar com a taxa de evasão. A minha turma, por exemplo, começou com 20 e poucos, quase 30 alunos e hoje tem exatos 4 no curso, Então não me surpreende, mas me deixou bem chateada porque a gente está vendo o curso caminhar por uma extinção, não ironicamente. Vai sair mais gente e entrar menos. Isso é levemente desesperador” – comentou.
Gráfico do Sou_Ciência com dados do Censo da Educação Superior MEC
Um levantamento feito pelo Censo da Educação Superior de 2022 sobre a situação educacional do Brasil mostrou que 75,7% dos jovens entre 18 e 24 anos não ingressaram no ensino superior no país. Além disso, de acordo com o Mapa do Ensino Superior no Brasil, do Instituto Semesp, mais da metade dos alunos que entram em faculdades no país desiste antes de completar o curso.
Entre os fatores que contribuem para esse cenário estão questões financeiras, dificuldades de conciliar responsabilidades – como estudar e trabalhar – e a falta de incentivo e suporte psicológico.
Diante desse cenário, o exemplo do “único bixo de física” ilustra um problema mais amplo na educação superior brasileira. A falta de novos alunos e a alta taxa de evasão refletem questões que precisam ser abordadas e refletidas desde o início da educação, para que exista a manutenção dessa e diversas outras áreas.
“já não existe esse incentivo para entrar. E quando você entra, não tem esse incentivo para ficar e continuar, sabe?”
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