Alojados da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro lidam diariamente com o medo devido à falta de segurança e a precarização dos prédios.
Conforto e segurança, duas palavras que representam o mínimo para quem precisa estudar, mas que não têm sido oferecidas aos estudantes alojados da UFRRJ, mais conhecida como Rural do Rio de Janeiro. Isso porque a falta de segurança e o estado físico dos alojamentos têm trazido grande preocupação para os discentes. E os problemas não são de hoje, as denúncias têm data, hora e local. Isso porque, além das petições em redes sociais, os estudantes se reúnem há mais de dois anos com a coordenação da Universidade para realizar reclamações que, aparentemente, não são suficientes.
Eduarda Prado, estudante de agronomia, relata que o negligenciamento da universidade já resultou em atitudes bruscas por parte dos discentes:
“A segurança e a limpeza são o principal. Nós tínhamos uma guarita em que um segurança controlava quem entrava e saía dos prédios, mas agora não temos mais, e qualquer um entra! Temos até uma tranca na entrada, mas sempre dá problema, e os responsáveis não resolvem. Para ter mais segurança, as meninas compram cadeados para fechar as portas de entrada. Tudo aqui é muito precarizado. A gente tem o SERE, que é o setor que coordena os alojamentos, mas sempre que a gente precisa, acaba sendo negligenciado, porque eles não fazem, e quando fazem as coisas por nós, fazem mal feito, ao ponto de termos que nos organizar para tentar fazer a limpeza dos sanitários. Aqui no nosso prédio (F1), precisa de reforma, mas, se a gente parar para prestar atenção, não acontece. Quando a gente precisa de algum serviço, é muito difícil ter, e nos outros alojamentos acontecem até coisas piores. O masculino ainda consegue ser pior do que aqui, porque lá a limpeza é muito ruim, os prédios são muito mais precarizados e quando acontece uma reforma, só acontece em um, e o outro acaba sendo esquecido.”
As diversas reclamações das condições de moradia dos estudantes também se relacionam à falta de energia e internet. A queda de luz é recorrente, e a falta de acesso à internet no alojamento masculino dificulta a vida dos estudantes.
Lázaro Azevedo, estudante de Licenciatura em Educação no Campo e residente integral do alojamento masculino, confirma essa informação:
“É difícil ter que se deslocar para ir atrás de uma internet. E assim, a gente que está aqui no alojamento geralmente tem uma condição de vida mais baixa, então é complicado ter que, por conta própria, ir atrás de uma internet. Outra questão é que, principalmente nessa época de verão, é comum faltar água e luz e demorar para tomar uma providência. No alojamento masculino, nós temos que nos deslocar até a sala de estudos às vezes, tarde da noite, e é um pouco afastado e também não é muito seguro para ir. Sem contar que às vezes a internet fica muito fraca. Além disso, aqui não há uma refrigeração adequada e eles não permitem instalar ar condicionado, mas o bom é que, por ser um prédio antigo, é um pouco mais fresco.”
Alunos de diversas partes do país e do mundo dependem das residências estudantis como garantia de permanência e acesso ao ensino superior. Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (ABRAPEE) mostrou um aumento no rendimento acadêmico de residentes em moradia estudantil e também uma diminuição no trancamento de disciplinas após o ingresso à moradia, em relação aos não residentes.
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