Os Cantos Dessa Cidade

Com foco na comunidade, conheça as faces por trás dos espaços culturais da região

Por Bárbara Amorim & Douglas Maia

Quem não conhece muito bem Seropédica pode achar que o município se trata apenas de uma universidade com alguns moradores, e assim, algumas casas. Entretanto, esta é uma visão que precisa ser ultrapassada, afinal, basta caminhar um pouco adentro para ver que há muito a ser explorado. Há cultura em Seropédica, e parte dela vem da mobilização de alunos e ex-alunos comprometidos com a comunidade.

A relação de Seropédica com a cultura vem de longe. Foi em 1982 que Herbert Vianna, Bi Ribeiro e João Barone se conheceram e sob a benção do bicho-da-seda (que dá nome a cidade) criaram a banda Paralamas do Sucesso. Mas longe dos holofotes, muitas outras iniciativas nasceram aqui. Há o maestro que ergue sua batuta para a orquestra criada em uma Assembleia de Deus, podemos ver a Banda Municipal passar cantando coisas de amor, isso sem deixar de ver também a Quadrilha Folclórica, patrimônio imaterial do município. De sua janela, um compositor versa sobre sua negritude em letras, poesias e melodias. No outro lado da rua, um artista de rua cria vida em muros por meio do grafite. Tem aqueles que não enxergam cultura nos bloquinhos de carnaval que desfilam pelas passarelas da cidade. Outros acham que a Expo-Seropédica é antiquada. Ah, cultura! Se fosse unânime, o que seria de sua diversidade?

Esta é uma cidade que ora é jovem, ora é madura. Ora nos convida a dançar, ora nos leva a partir, como o parquinho de diversões que encanta a todos com suas luzes, e depois se apaga em retirada. Às vezes tacanha, às vezes agitada como uma metrópole, Seropédica abriga todo tipo de gente, dos que vêm e dos que vão. Nesse aeroporto de chegadas e partidas, há quem fique e crie teias… ou laços… ou fitas de inauguração.  Às vezes, alguns desses bichinhos da seda se juntam e fazem o C de Cultura virar o C de coragem. O mesmo C de CAC, o C de Canto Geral, de Casarão. Os Cantos dessa Cidade têm vozes e rostos.

CAC (Centro de Arte e Cultura)

Na BR 465, km 7, 2007. O local em questão conta atualmente com 29 oficinas e a pessoa pode se inscrever em duas por vez. Elas são nas áreas de:

Artes musicais

  • Violão, piano, bateria, violino, musicalização infantil, trompete.

Artes visuais

  • Escultura, pintura, desenho, fotografia

Artes corporais e circenses

  • Forró, balé infantil, teatro, dança de salão, samba, capoeira, slackline, dança do ventre, malabares, yoga, maquiagem artística, tecido acrobático, lira acrobática

Artes manuais

  • Amigurumi (bonecos de crochê), artesanato

Oficinas de comunicação e escrita

  • Poesia, fanzine, rádio

 

Canto Geral

Localizada na rua Jairo Ramalho, perto da sorveteria Sol e Neve, no km 49. Com livros acadêmicos e de ficção. Literatura a partir de R$ 2,00.

 

Casarão

Fica na Rua Edson Nascimento dos Santos, 45.  Funciona de segunda a sexta, de 8h às 21h. Agendas abertas para psicólogas e terapeutas a preços populares.

Você sabia?

Muita gente não tem conhecimento que a Universidade Rural é um espaço público, logo, qualquer pessoa pode circular pelo campus para passear, fazer ginástica, um piquenique pelo lago ou mesmo tirar fotos. Além disso, projetos de arte e lazer promovem a integração entre universidade e município. Há o Cine Casulo e Cine Casulinho, que exibem filmes para adultos e crianças no Auditório Gustavão, no prédio principal da Rural. Os responsáveis pelo cinema também cuidam do Centro de Memória da UFRRJ. Já o Grupo Senzala oferece aulas de Capoeira para crianças e jovens. Por fim, o Museu de Solos do Brasil, além de grande acervo, faz extração de tintas de rochas e permite que os visitantes criem pinturas ao fim das visitas. Todos esses espaços são gratuitos e constroem parte da cultura de Seropédica.