CASARÃO
Por Bárbara Amorim & Douglas Maia
A plantinha já era dali, o vaso foi trazido de casa. As cadeiras foram compradas graças a um empréstimo de um amigo de Campo Grande. O mural de divulgação é de um papelão e madeirinha achados na rua. O busto foi conseguido por um amigo no Salão Nobre da Universidade. A mesa foi da amiga do vizinho e a maca de uma moça que descobriu o lugar e emprestou. As próprias xícaras em que se toma café foram a psicóloga que trouxe. Assim, foi sendo mobiliada a casa murada em frente à pracinha da Rua do Grêmio. É ali que se encontra um dos mais novos espaços de cultura do km 49 de Seropédica: O Casarão.
A cabeça e o coração do lugar ficam por conta de Ana Paula Lemos, Daniel Prado, Diego Alves, Pablo Ferreira e Paula Lopes. Os dois últimos, que também encabeçam o Canto Geral e o CAC, respectivamente, são os que mais se lembram dos detalhes da construção da casa. Quase todos se conheceram no curso de Belas Artes da UFRRJ e hoje, já formados, têm aquele espaço como trabalho, com MEI, CNPJ, e em vias de conseguir o Alvará do local. Paula é a única que faz Pedagogia.
Mesmo no improviso e, entre algumas caixas de mudanças, já produz bastante coisa, como explica a estudante de Pedagogia: “Ainda estamos em construção de o que é o Casarão. Mas já oferecemos oficinas, cursos, atividades, eventos para a comunidade de local e também alunos da Universidade Rural”.
Inaugurado no final de 2018, o Casarão é um espaço de possibilidades. Nele, encontramos desde um cinema para a garotada, o Cine 9, até exposições artísticas. Ali tudo se torna realidade. A casa possui em seus seis cômodos um escritório, uma sala para terapias, um espaço ligado às artes, uma pequena biblioteca e o ateliê de costura Cheio de Graça, administrado por Ana Paula. Fora da casa, um quintal com horta e balanço que já comportou até um baile de forró.
Apesar de concentrarem esforços em todas as funções do local, que vai desde pintar uma parede, furar um buraco, roçar o gramado, resolver burocracia enquanto lava louça – como eles relatam – o grupo ainda não se sustenta somente do trabalho no Casarão, o que é uma pretensão. Por enquanto, investem dinheiro do próprio bolso e trabalham com o que chamam de “capital social”, uma espécie de construção colaborativa por meio de doações e voluntariados.
A última dessas parcerias foi com uma ótica que realizou um mutirão de exames de vistas e descontos em óculos para crianças: “Não é só financeiro. É a ideia de colocar em prática o que a gente acredita e experimentar coisas”, ressalta Pablo. Os seis enfatizam a autonomia do projeto e recusa de qualquer envolvimento político nele.
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